sábado, 29 de janeiro de 2011

Despeço-me com um até já...


Olá Pai!
Estas são as últimas palavras que te dirijo enquanto estás entre nós.
Tiveste, como todos sabemos, uma vida dura, pautada pelo trabalho árduo do campo para assim conseguires que os teus filhos tivessem pão na mesa.
Os valores, contudo, sempre foram para ti uma prioridade: a verdade, a humildade, a amizade, o amor...
Construíste a tua casa ao lado de uma grande mulher, e, juntos, destes muito amor e a melhor vida possível aos filhos, netos e bisnetos.
Dizia o escritor transmontano, Miguel Torga: "para um transmontano mais vale quebrar que torcer". E assim tu eras. Firme, decidido, apaixonado, mas conseguindo ser, ao mesmo tempo, meigo, delicado e carinhoso.
És sem duvida um exemplo.
Este é um momento de grande dor e de grande consternação, afinal de contas, tu morreste. Deixas de estar fisicamente connosco, aqui presente para tocar e abraçar, para rir e cantar.
Tudo isso abala a nossa fé, mexe com as nossas emoções, mas na certeza dessa mesma fé eu sei que tu não morreste, eu sei que hoje mesmo estarás com a tua mulher no céu.
Eu sei e tenho a certeza que a partir de agora teremos não um mas dois grandes anjos a olharem e a velarem por nós. Já não estávamos sós, agora estamos sempre muito mais acompanhados.
A morte não é o fim e tu não foste derrotado, nem tão-pouco nós te perdemos, apenas estás e te temos de uma forma diferente...
Até sempre...

5 comentários:

  1. Um abraço,apenas!
    Se ñ levar a mal,direi que no dia em que perdemos a nossa Mãe (2 meses e meio depois do Pai)o que nos ajudou foi acreditarmos que ela se encontraria
    noutra dimensão e pediria por nós!
    Só assim a vida tem sentido: uma passagem para outra Vida melhor e em Paz.
    Dói? Muito.
    Sente-se a falta física? Muito.
    A presença? Continua. Estará sp consigo.
    Beijo.
    isa.

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  2. Sempre gostei do modo como escreves. Tens razão: é um até já.
    Um enorme beijo para ti.

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  3. Um abraço forte!

    somos comunhão. por isso, a morte não nos pode separar dos que amamos.

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  4. Lamento profundamente Catarino. Os meus sentidos pêsames. Como sabes, infelizmente, já passei pelo mesmo e sei como é duro, por isso se precisar de desabafar cá estou. Beijinhos e muita força!

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